4x4 Recife

11 março 2006

1ª Etapa da Copa Aventura 4x4 foi um sucesso

A dupla formada por Marcelo Moura (piloto) e Edílson Vieira (navegador), ambos do Recife, venceu a 1ª etapa da Copa Aventura 4x4, realizada no sábado 18/03/06, na conhecida trilha da Muribeca, em Jaboatão dos Guararapes-PE.

A Copa Aventura 4x4 é uma nova modalidade dentro do automobilismo Off-Road, explica Abraahão Medeiros, idealizador da Copa: “Juntamos elementos do rally de regularidade, raid e corridas de aventura para fazer uma prova simples, mas desafiadora”. Os participantes têm que cumprir um percurso planilhado, que termina em um PC, onde eles recebem outra planilha até se completar o roteiro, que tem por objetivo maior oferecer uma nova modalidade de diversão para a família dos proprietários de veículos fora-de-estrada, visando o resgate do verdadeiro espírito jipeiro.

Fred Vasconcellos, um dos diretores da prova, disse que a copa tem esse espírito de descontração mas, “tudo é avaliado pelos controladores e portanto, a desistência ou não realização de uma tarefa pesa na contagem final dos pontos”, afirma.

O balanço final é de que a Copa Aventura 4x4 tem tudo para realmente ser mais uma opção para os jipeiros de todo o Nordeste e deve crescer muito em número de competidores já na próxima etapa, programada pra o dia 8 de abril. “Essa primeira etapa foi um teste para avaliarmos na prática o funcionamento da prova e a aceitação dos competidores – que foi muito boa, agora vamos fazer algumas modificações e oferecer uma segunda etapa maior e mais desafiadora já no próximo mês de abril”, revela Alberto Jabú, que também integra a equipe de organização.

O evento teve o patrocínio da Pitú, Goodyear e Bardahl, com a participação de 17 equipes, e largada do primeiro carro às 10h, no Restaurante Recanto do Picuí de Boa Viagem, com os demais carros largando em intervalos regulares de 3 minutos.

A trilha teve 39 km e durante 2 horas e meia, com uma velocidade média de 19 km/h, contando com trechos de lama e pequenas erosões, mas a sensação da etapa foi o conjunto de tarefas que as equipes precisaram realizar, nos PCs, para receberem a planilha do trecho seguinte. No total foram 4 tarefas. Na primeira, os navegadores precisaram correr até uma bandeira da BARDAHL, agitá-la e voltar. Na segunda, um membro da equipe teve que pegar água com um balde em um riacho e encher uma latinha de PITÚ de modo que nem faltasse água na latinha e nem sobrasse no balde. Algumas equipes conseguiram de primeira, mas a grande maioria precisou de várias tentativas. A terceira foi de raciocínio lógico: foi apresentado, a um dos integrantes da equipe, uma seqüência numérica (2,10,12,16,17,18 e 19) e perguntado qual o número seguinte. Muitos fizeram cálculos, alguns até complicados, quando a resposta era 200 (duzentos), pois todos os números começam com a letra D e o próximo número a começar com esta letra é o 200. Na quarta tarefa, o navegador teve que carregar o piloto num carro de mão por um pequeno percurso. Esta tarefa serviu apenas como critério de desempate.

Apenas 1 carro não conseguiu completar o percurso por apresentar problemas mecânicos, outro não apareceu para a re-largada e um outro não passou em um PC, o que levou os 3 a não pontuar nessa etapa.

A volta para o ponto de largada ocorreu para que fosse feita a premiação para os 5 primeiros colocados, que receberam troféus para piloto e navegador.

Veja também em www.tracaonordeste.com.br

Resultado da 1° etapa: (clique p/ ampliar)

08 março 2006

Trilhas e Jipeiros

Texto publicado na última edição da Revista Carcará e gentilmente cedido por seus editores e pelo autor, Lopes.

Sempre gostei de praticar esportes que pudesse estar em contato com a natureza. Fazia caminhadas e rapel. Além disso, a paixão por carros, que mantenho desde criança, foram os principais motivos que me levaram a adquirir um veículo 4X4 e ingressar nessa deliciosa modalidade esportiva (ou seria de lazer?) que é fazer trilhas fora-se estrada, onde posso permanecer em contato direto com a natureza, fazer o meu próprio caminho, sentir um gostinho de vitória quando cada obstáculo é superado, e ainda, agitar um pouco a adrenalina.

No início, a pouca (ou nenhuma) experiência e a falta de pneus adequados me renderam alguns sustos e atoladas. Então, entravam em ação o companheirismo e a solidariedade que compõem o verdadeiro espírito jipeiro, de forma que os obstáculos surgidos nas trilhas logo iam sendo superados.

Os mais experientes do grupo sempre dão uma orientaçãozinha aqui, uma dica ali... Não deu? Volta e tenta de novo!... Atolou? Puxa!... Quebrou? Reboca!... Ninguém fica na mão. Quanto mais difíceis os obstáculos, melhor é a trilha. Nessa “brincadeira” passamos o dia inteiro (e, várias vezes, a noite também).

Hoje, pneus lameiros, pá, enxada, cinta para reboque e alguns outros acessórios fazem parte do meu inseparável “kit de sobrevivência” para enfrentar as trilhas.

Um aspecto a ser observado diz respeito ao grande leque de amigos que fazemos na “comunidade jipeira”. Pessoas das mais diversas classes sociais unidas com um único propósito: fugir da rotina, do stress do trabalho, do agito e da poluição das grandes cidades; esquecer, ainda que por alguns momentos, os problemas do cotidiano e aventurar-se numa boa trilha, onde um pneu furado, ao invés de causar irritação, é um bom motivo para o comboio parar e fazer um lanche juntamente com os amigos (sempre aparece alguém oferecendo desde biscoitos e bolos a uma saborosa galinha à cabidela, ou mesmo uma quiabada. É verdade!... tem de tudo). Tem uma ponte quebrada à frente?...sem stress. Ou se tenta passar por dentro do rio, ou procura-se algum jeito de improvisar uma passagem. Árvore caída no caminho?... também não há problema algum. Se não tem como afastá-la, procura-se um novo caminho. Perdeu-se do comboio?...aí, só resta acionar o “faro de jipeiro”, fazer que nem índio e rastrear as “pegadas” deixadas pelos jipes(comigo, pelo menos, já deu certo). O único compromisso é fazer o comboio concluir a trilha, chegar ao destino final, sempre procurando preservar a natureza e curtir o “passeio”. Esqueça também o relógio. Fazer trilha não tem hora certa para terminar.

Lama, pedras, erosões, areais, riachos ou rios são alguns dos vários obstáculos que podem ser vistos como verdadeiros desafios aos jipeiros e às nossas máquinas. Geralmente superáveis, desde que haja um estudo prévio da situação, cautela ao transpor o obstáculo e, principalmente, união do grupo. O que torna tudo mais fácil.
O jipecross (indoor) e o rally de regularidade também são excelentes modalidades de esporte fora-de-estrada, das quais já participei. Mas, nenhuma delas é tão prazerosa quanto fazer uma trilha com quem gosta de fazer trilha. E digo mais, é também contagiante. Só pra se ter uma idéia, na minha família tem até rodízio de “zequinhas” só para me acompanhar nas trilhas. Nesse rodízio estão inclusos adultos e crianças (como por exemplo, meu sogro e minha sobrinha – esta com apenas 9 anos de idade). Até minha esposa também “entrou no clima” e, vez ou outra, também se aventura numa trilha com o seu 4X4. Ocasiões nas quais eu, corajosamente, atuo como co-piloto (brincadeirinha!... – ela dirige melhor que muitos marmanjos que conheço). E digo mais, quando a trilha é fraca, sem muitas dificuldades, a reclamação é geral, inclusive, dos “zequinhas”.

A paixão por fazer trilha é tamanha que já aconteceu, por exemplo, de começar a fazê-la num sábado pela manhã, terminá-la na madrugada do domingo e, ao amanhecer viajar para outra cidade distante somente para participar de outra trilha. E, na segunda-feira, o jipe estará sujo, mas a alma estará lavada (acho que já li esta frase no jipe de um amigo).

Ser jipeiro é muito mais do que simplesmente possuir um jipe ou um veículo 4X4. Fazer trilha é muito mais do que um lazer, um passeio, uma brincadeira ou praticar um esporte de aventura. É também uma terapia. Experimente!


Por Lopes.